Pólens

Durante a Primavera, e com o Verão em curso, temos as doenças alérgicas a provocar quadros arrastados e por vezes graves. A rinite alérgica, a asma brônquica e as conjuntivites, que podem ter várias outras causas, têm nos pólens uma das principais. Todas são doenças recorrentes em que a hipersensibilidade a determinadas substâncias desencadeia uma resposta inflamatória; os sintomas dependem do órgão implicado: na rinite, o prurido, as crises de espirros, a rinorreia e a obstrução nasal, na asma, a tosse seca, a pieira e a falta de ar, e na conjuntivite, o prurido, a congestão ocular e o lacrimejo.

Quando a causa são os pólens, estando eles muito disseminados, há sempre algum grau de exposição a que não podemos fugir; as condições atmosféricas interferem ? um tempo seco e ventoso facilita a difusão e as chuvadas reduzem as poeiras em circulação. No entanto, sendo alérgico, nestes períodos críticos deve-se evitar os passeios no campo, viagens de carro com as janelas abertas. É importante a orientação com o seu médico, porque há medicação que pode ajudar muito a controlar estas doenças. Não falando em pormenor nos tratamentos, convém salientar que alguns são para usar em SOS, e outros têm de ser feitos regularmente por períodos longos para estabilizar a hiperrreactividade que está na origem destas afecções; em alguns casos, a terapêutica de hipossensibilização dirigida ao(s) alergéneo(s) principais pode ter lugar.

As plantas alergisantes dividem-se em três grupos, com diferentes períodos de polinização: as gramíneas, na Primavera e início do Verão, as árvores, no final do Inverno e início da Primavera e o grupo de ervas e arbustos, por todo o Verão e início do Outono.

Embora com diferenças regionais, as gramíneas são a causa mais frequente de polinose na Europa; as principais são a erva timótea (Phleum) a erva de pomar (Dactylis) a cauda de raposa (Alopecurus) e o centeio. Há entre todas uma grande reactividade cruzada. Ainda, deste grupo citamos o arroz, a cana e a grama comuns, o milho, o trigo, a cevada e o feno.

No grupo das árvores, na nossa região, a oliveira é dominante, mas o freixo, o plátano, o carvalho, o sobreiro, o castanheiro e outros; em todos os grupos se encontram muitas reacções cruzadas.

O grupo das ervas e arbustos tem como representante principal a parietária; desta família citamos a urtiga, a ambrosia, a tanchagem, a urze, a margarida, de uma longa lista.

José Miguel Carvalho

Artigo publicado em "A voz dos reformados" julho/agosto 2023
por Dr. José Miguel Carvalho


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