No verão, atenção ao calor!
As ondas de calor são períodos de duração superior a seis dias consecutivos, em que a temperatura média está 5 graus celsius acima da média para aquele período, segundo a Organização Meteorológica Mundial (WMO). Estes fenómenos, que podem ocorrer em qualquer altura do ano, são mais graves quando ocorrem nos meses de verão (junho, julho e agosto).
Desde a década de 1940, período em que existe informação meteorológica diária em mais estações, têm-se verificado ondas de calor de duração variável, mas é a partir da década de 90 que se regista maior frequência das mesmas. Estes fenómenos atmosféricos podem ter repercussões importantes na nossa saúde, podendo conduzir à desidratação, ao agravamento de doenças crónicas, a um esgotamento ou até a um golpe de calor, situação muito grave, em que o sistema de controlo da temperatura do nosso organismo deixa de funcionar e pode provocar danos irreversíveis ou inclusive levar à morte.
Os grupos mais vulneráveis ao calor são os seguintes:
- Crianças nos primeiros anos de vida.
- Pessoas idosas.
- Portadores de doenças crónicas (respiratórias, cardiovasculares, renais, diabetes, alcoolismo) e de doenças mentais.
- Pessoas obesas.
- Pessoas acamadas.
- Doentes medicados com determinados fármacos, como anti hipertensores, antiarrítmicos, diuréticos, antidepressivos.
- Trabalhadores expostos ao sol e/ou ao calor.
- Pessoas vivendo em más condições de habitação.
Para prevenir os efeitos nefastos das ondas de calor recomendam-se os seguintes cuidados:
- Aumentar a ingestão de água, ou sumos de fruta natural sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede, em particular as crianças muito pequenas, os idosos e os doentes.
- Evitar bebidas alcoólicas e bebidas com elevados teores de açúcar.
- Fazer refeições leves e mais frequentes, evitando refeições pesadas e condimentadas.
- Permanecer duas a três horas por dia num ambiente fresco ou com ar condicionado, evitando as mudanças bruscas de temperatura.
- No período de maior calor pode-se tomar um duche de água tépida ou fria, evitando, no entanto, mudanças bruscas de temperatura.
- Evitar a exposição direta ao sol, em especial entre as 11 e as 17 horas. Sempre que se expuser ao sol, ou andar ao ar livre, usar um protetor solar com um índice de proteção elevado (igual ou superior a 30.
- Evitar a permanência em viaturas expostas ao sol, sobretudo em filas de trânsito e parques de estacionamento e. sempre que possível viajar de noite.
- Se possível, diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados.
- Usar roupa larga, leve e fresca, de preferência de algodão e usar chapéu, de preferência, de abas largas e óculos que ofereçam proteção contra a radiação UVA e UVB.
- Usar menos roupa na cama, sobretudo quando se tratar de bebés e de doentes acamados.
- Evitar que o calor entre dentro das habitações, correndo as persianas, ou portadas e mantendo o ar circulante dentro de casa. Ao entardecer, quando a temperatura no exterior for inferior àquela que se verifica no interior do edifício, provocar correntes de ar, mas com os devidos cuidados.
- Os idosos e as crianças com menos de três anos devem evitar a praia nesses dias.
Texto por A. Pimenta de Castro
Fundação Portuguesa do Pulmão, Delegação de Viana do Castelo